Estamos sozinhos no Universo?

Há mesmo motivos para acreditar que os ETs têm de ser diferentes de nós? Qual será o efeito da descoberta de vida extraterrestre sobre as religiões do mundo? Como medir o impacto da descoberta de vida alienígena sobre a sociedade humana?

Essas são algumas das questões tratadas na edição mais recente da revista científica Philosophical Transactions of the Royal Society A, publicada pela Royal Society do Reino Unido. A edição (cujo conteúdo está inteiramente disponível online), é toda dedicada à busca de vida e inteligência fora da Terra. Com mais de uma dúzia de artigos, cobre um belo terreno e paga um simpático tributo à ficção científica.

No editorial, por exemplo reconhece-se que “a imaginação, no entanto, não deve ser subestimada como um meio valioso de levar o conhecimento rumo a novas fronteiras (...) também é importante que o público em geral tenha tido a oportunidade de refletir sobre o assunto”. Arthur C. Clarke e Gene Roddenberry, entre outros, agradecem, penhorados.

Em um artigo que provavelmente será o mais polêmico da edição, o paleontólogo Simon Conway Morris argumenta forçosamente que a pressão da seleção natural, somada à constância das leis da física e da química pelo Universo, tornam a evolução de inteligência inevitável onde quer que haja vida. Ele argumenta que aqui na Terra vemos sinais de forte pressão na direção da inteligência, não só entre mamíferos, mas também em pássaros.

“Nosso alienígena pode parecer incomum, mas se ela precer (sim, sexo também é inevitável, como imprinting dos pais, determinação sexual, viviparidade e leite), será uma diferença da espessura da pele”, afirma ele, apelando para o argumento da pressão darwiniana e da convergência evolucionária.

Morris reconhece que sua conclusão o arremessa diretamente no colo do Paradoxo de Fermi: se vida semelhante à nossa é abundante no Universo, por que não fomos visitados ainda? Afinal, civilizações tecnológicas podem ter começado a evoluir bilhões de anos antes de nós, e se tiverem os mesmos tipos de pulsões e motivações que nós, já deveriam ter tomado conta da galáxia.

O paleontólogo conclui que estamos sozinhos. E encerra seu artigo assim: “Então, o que você prefere? Vizinhos com a cultura dos astecas, ou o uivo do silêncio?”




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