A história do mundo, segundo H.G. Wells

A convite do Amálgama, passei a semana passada enfurnado nas páginas de Uma Breve História do Mundo, livro finalizado por H.G. Wells em 1921, para compor uma resenha que você pode ler aqui.

O livro é uma obra de fôlego de divulgação científica mas, como a ciência evolui, ficou obviamente datado (mais a respeito, na resenha).

As coisas que realmente valem a pena são o foco quase ideológico que Wells dá ao papel da tecnologia e da educação na história humana, e sua visão sobre o que viria a ser o futuro dele (o nosso presente).

Ele já fazia críticas ao dogmatismo do governo soviético, mas apostava que o avanço da civilização dependeria de uma flexibilização cada vez maior do direito de propriedade.

A avaliação que faz do papel revolucionário e civilizatório do cristianismo me soou tão exagerada que me pareceu mais recurso retórico -- tipo, jogar na cada dos cristãos conservadores que "é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que", etc, etc.

Meus livros favoritos de HG Wells são The War of the Worlds e The Invisible Man, com The Island of Dr. Moreau quase empatando em segundo. Homem Invisível se vale de um truque de prestidigitação literária -- o uso de um discurso pseudocientífico para convencer o leitor de que o impossível é possível (no caso, um homem tornar-se invisível por meios bioquímicos) -- que é algo que sempre almejei a ser capaz de recriar. Alguns dos contos da minha coletânea Tempos de Fúria são esforços nesse sentido.

Mas sou um leitor que geralmente prefere contos a romances, e de Wells os que mais tenho ganas de reler são The Empire of the Ants e The Country of the Blind -- ambos, curiosamente, passados na América do Sul.

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