É hora de aventura!

Já está à venda o quinto volume da coleção Ficção de Polpa, da gaúcha Não Editora, e que tem como tema Aventura. Este é o terceiro volume da série a contar com uma colaboração minha. Os demais de que participo são o segundo, de histórias de ficção científica, e o quarto, Crime!. Não tomei parte no primeiro, de contos de terror, nem no terceiro, de obras de fantasia. Fico imaginando quais serão os temas dos próximos livros -- guerra? romance? western? suspense? espionagem?

A aventura é, provavelmente, a mãe de todos os gêneros literários narrativos. O primeiro babilônio a pôr estilete na tabuinha não estava lá muito interessado em descrever as frustrações sexuais de um pobre jovem de Ur em busca de si mesmo nas movimentadas e cruéis ruas da Babilônia, mas sim a expedição do rei Gilgamesh em busca da imortalidade, incluindo a morte do dragão Humbaba e outras peripécias.

Sendo um gênero que está, enfim, na raiz de todos os gêneros, a proposta de escrever "uma história de aventura" pode até soar aberta demais. O Big Book of Adventure Stories, por exemplo, traz desde Tarzan a Cisco Kid, passando por ilhas desertas y otras cositas más. Para minha sorte, o editor Samir Machado de Machado sabia exatamente o que queria de mim: uma história de sobrevivência na Antártida.

Daqui a alguns dias faz três anos que voltei de lá. Fiquei quase um mês -- entre meados de novembro e o fim de dezembro -- de 2009 na Estação Antártica Comandante Ferraz, mantida pelo governo brasileiro (principalmente, pela Marinha) nas Ilhas Shetland do Sul, ao largo da Península Antártica. Ferraz sofreu um incêndio há algum tempo, sobre o qual escrevi aqui.

A estadia foi tranquila, e a despeito de alguns sustos e momentos de tensão -- como quando, correndo atrás de uma foca para fotografar, pisei num banco de neve fofa e afundei até a cintura, ou na hora de descer do navio Almirante Maximiano para um bote, por uma escada de corda, enquanto caía uma neve fraquinha -- nunca estive realmente em perigo.

(Descer uma escada de corda com as mãos enluvadas é uma experiência enervante: a luva amortece o tato, então como você sabe que está segurando firme o bastante?)

Mas, bolas, a imaginação está aí para isso mesmo, certo? O título do conto, Melhor Servido Frio, provavelmente já diz tudo o que você precisa saber sobre o tema central da história.

A ilustração ao lado retrata uma cena da narrativa, e embora a personagem criada pela artista não esteja usando um macacão de sobrevivência Mustang como o que descrevo em minha história, o espírito do desenho reflete o momento anterior a uma das cenas principais da aventura que inventei.

Talvez o fato de ele o conto ter sido escrito por alguém com alguma experiência direta do ambiente exótico envolvido funcione como argumento de venda. É o que esperamos. E por falar em vendas, o livro não só já está disponível (como os links do primeiro parágrafo desta postagem demonstram), como haverá festa de lançamento em Porto Alegre! Gaúchos, basta seguir as instruções do convite abaixo:




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